Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid


“Porque eles são só maridos. A Evelyn Hugo sou eu.”


Antes de falar sobre o que eu achei de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, eu quero começar escrevendo porque eu demorei tanto para ler esse livro. Não sei dizer se fiz a leitura no momento certo, mas foi quando finalmente eu me senti preparada para conhecer a apaixonante história de uma mulher fascinante.


Tamanha foi a comoção no universo literário que esse livro causou, que eu fiquei com medo de ir contra a maré e não gostar. Eu tive medo de não amar a Evelyn Hugo como todos amam, e de não conseguir enxergá-la em cada pontinho verde internet adentro. Mas eu não nadei contra a corrente. Eu amei cada pedacinho da Evelyn e gostaria que ela fosse real. Mesmo se tratando de uma personagem ficcional, Evelyn me lembra bastante a Elizabeth Taylor e a Marilyn Monroe, duas grandes artistas que fizeram história no cinema e no nosso imaginário, e talvez essa seja a grande tacada da Taylor Jenkins Reid: criar uma personagem que não existe inspirada em personalidades que marcaram toda uma geração e continuam encantando e influenciando as seguintes. Mas, vamos à história.


Evelyn Hugo nasceu Evelyn Herrera. De ascendência cubana, ela nasceu pobre e totalmente fora dos padrões de beleza americanos, mas isso não foi impedimento para que, anos mais tarde, ela se tornasse uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood. Ainda muito nova, ela sabia que precisava usar o que tinha ao seu favor para sair de Hell’s Kitchen e realizar não só o seu sonho, mas o de sua falecida mãe também. 



“Não me arrependo das mentiras que contei, ou de ter magoado as pessoas. Aceito o fato de que às vezes fazer a coisa certa obriga a gente a pegar pesado. E tenho compaixão por mim mesma. E acredito em mim. Por exemplo, quando te repreendi lá no apartamento, por causa dessa coisa de confessar pecados. Não foi a atitude mais gentil a tomar, e não sei nem se você mereceu. Mas não me arrependo. Porque sei que tenho meus motivos, e fiz meu melhor para lidar com os pensamentos e sentimentos que me trouxeram até onde estou.”


Evelyn usou a beleza e a sensualidade em benefício próprio para construir uma carreira de milhões. Teve sete maridos e, cada um deles, foi responsável por histórias doces e traumáticas em seu passado. O meu favorito não posso revelar agora, mas o que mais detestei se chamava Don. Qualquer outra coisa que eu fale sobre o enredo pode estragar a experiência de leitura e o plot final, então vou deixar que vocês leiam e tirem suas próprias conclusões. Vou me concentrar apenas em algumas reflexões que fiz durante a leitura.



“Quando surge uma oportunidade para mudar sua vida, esteja pronta para fazer o que for preciso. O mundo não dá nada de graça para ninguém. Só tira de você.”



Evelyn Hugo é inspiradora. A cada página e em cada relato ela se mostrava mais forte e determinada, encarando o mundo da forma mais corajosa que podia. Comparar os seus feitos com os de qualquer homem em ascensão em Hollywood faria dele um herói, e dela uma aproveitadora. Mas Evelyn tomou as rédeas do próprio destino e escreveu uma história que priorizava a si mesma e a sua carreira brilhante. E, sinceramente? Eu não vejo mal nenhum nisso. Cada escolha significa agarrar uma coisa e abrir mão da outra. E Evelyn sempre esteve disposta a arcar com as consequências. Afinal, a vida é sobre isso, não é? 


Gosto de pensar que peguei esse livro para ler despretensiosamente e me apaixonei por uma artista que nunca existiu. Também gosto de sentir que Evelyn Hugo se tornou uma das minhas inspirações. Amei conhecer sua história, seus dramas, as tragédias que cercaram sua vida e os pequenos momentos de alegria que o destino lhe reservou. Taylor Jenkins Reid escreveu sobre uma personagem tão real, com um pano de fundo histórico tão importante e com feitos tão humanos que, mesmo agora, depois de todo o hype, ainda fica difícil acreditar que Evelyn Hugo não existiu.


“Seu amor talvez tenha sido seu ato mais político.”

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