"Há algo desolador na floresta. E se existe um mal, é naquele fundo escuro e intocado que ele se refugia, o qual não queremos nos aproximar, pois algo parece estar sempre à espreita."
Século XIX. Anna Schutz não tinha grandes expectativas na vida. Filha de um pastor, casada com um homem bruto e destinada a viver até o último de seus dias dedicando-se apenas aos afazeres do lar, ela sabia que sonhar com liberdade e autonomia poderia ser altamente perigoso.
Mas a vida nos prega peças e com Anna Schutz não foi diferente. Todos os caminhos que ela cruzou a levaram a conhecer Tilda, uma jovem amiga que lhe mostrou a floresta, as danças ao redor da fogueira e o grito gutural que ecoava o nome da morte.
Reprimida pelo marido e rejeitada pelo próprio pai, Anna só precisava fazer uma escolha: ouvir ou repelir o chamado da floresta. Algo na mata sussurrava ao seu ouvido, a pegava pela mão e a trazia de volta com os pés sujos de lama...
"A floresta é rastejante. Ela está o tempo todo sussurrando histórias proibidas ao pé do ouvido."
Cada capítulo de A Floresta nos apresenta cenas de agonia, curiosidade e (algumas vezes, até) torpor. A história salta das páginas para além das personagens e testa os nossos limites enquanto leitor, nos levando a confrontar a dura realidade do que é ser mulher ainda nos dias de hoje e em que ponto a linha tênue entre vingança e justiça se cruzam e destoam.
Daniel Gruber (@danielgruberautor) escreveu um livro que é mais do que uma história assustadora sobre bruxas e demônios. A narrativa trabalha bem a escuridão da mente humana, suas ações, reações e consequências. Se A Floresta um som, ela seria um grito. Talvez de socorro, talvez de cansaço... Talvez de alívio.
Leitura altamente recomendada.
⚠️ Contém violência e abuso sexual e psicólogo.
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