Me apaixonei por Teto para Dois, de Beth O'Leary


Tiffy e Leon dividem a cama. 
Tiffy e Leon nunca se encontraram.
Jessica não é uma leitora de romances (porém, agora talvez eu seja).
Mas Jessica chorou e se apaixonou por essa história.

Vou fazer um resumão da história (sem spoilers) em tópicos e depois prossigo com a minha opinião. Percebam que minha falta de experiência com histórias românticas me fizeram duvidar da minha capacidade de escrever sobre eles, mas eu prometo que darei meu máximo:

1. Tiffy terminou um relacionamento e três meses depois decidiu sair do apartamento do ex-namorado e buscar um canto para si mesma. Sozinha.

2. Leon estava precisando de dinheiro urgentemente e teve a ideia de dividir seu apartamento de uma forma nada convencional: como ele trabalha de enfermeiro no turno da noite e fica com a namorada nos finais de semana, o local ficaria livre por tempo suficiente para alguém que trabalhasse no turno do dia.

3. Tiffy vê o anúncio, entra e contato e, PÁ!, tudo certo, fica no AP. Mas Tiffy tratou de todos os assuntos com a namorada de Leon, ou seja...

4. Tiffy e Leon não se conhecem, mas dividem a mesma casa e a mesma cama.

Agora vamos às minhas considerações:

Que livro mais lindiiiinhooooo! Tiffy é uma mulher cativante e sua história de vida me comoveu bastante. Vítima de abuso psicológico no antigo relacionamento, ela foi nos mostrando todo o caminho que precisou percorrer para se encontrar novamente e perceber a força que existia dentro de si mesma. Suas percepções, os momentos de insegurança e as lembranças que a confundiam foram coisas que conversaram diretamente comigo de uma forma tão profunda que me levou às lágrimas. Hoje, eu digo sem hesitar, que Tiffy é uma personagem inspiradora que me fez olhar (mais uma vez) para dentro de mim e me perceber inteira, completa e merecedora de um amor bom.

"Eu me lembro de cada minuto. Ele era horrível com você. Dizia onde você tinha que estar e como chegar lá e depois levava você porque você não ia conseguir achar o caminho sozinha. Ele fazia com que toda briga fosse culpa sua e não desistia até você pedir desculpa. Largava você e voltava do nada. Ele disse que você era gorda e estranha e que ninguém mais ia querer ficar com você, apesar de você claramente ser uma deusa e ele ter sorte de ser seu namorado. Era horrível. A gente odiava o cara. E, se você não tivesse me proibido de falar sobre ele, eu teria dito isso todos os dias."

E quanto ao Leon? Ah, esse moço tem um lugarzinho só dele guardado aqui dentro do meu peito. Seu trabalho como enfermeiro nos mostrou um lado cuidadoso dele que eu adorei acompanhar. Sua personalidade introspectiva e resguardada até me irritaram um pouquinho porque eu queria que ele fosse mais ativo, mas havia coisas na vida dele acontecendo de todos os lados. De poucas palavras, mas de palavras sempre certas, Leon é o tipo de personagem masculino que eu gosto de acompanhar, ver crescer e desenvolver. Não é um homem perfeito, afinal, ninguém é; mas é uma pessoa que, se fosse real (e se não tivesse a Tiffy), eu iria querer pra mim.

Teto para Dois, além de ser um romance gostosinho e clichê aborda questões muitíssimo importantes, como relacionamento abusivo, questões raciais e traz personagens fora do padrão que são exaltados pela beleza não só física, mas, principalmente, interior. Teto para Dois não tem uma narrativa que demora em descrições da aparência dos personagens e sim, naquilo que eles são em sua essência, no que gostam, no que fazem e no que pensam.

Minha única ressalva (uma ressalva bem pequena, vejam bem) é sobre o ritmo da história que demora um pouco pra engatar no romance. Como a comunicação entre os personagens é muito "limitada" pelas condições pré-estabelecidas no acordo do apartamento, o contato direto entre eles demora um pouco para acontecer, mais ou menos em 60% do livro. Isso me incomodou, confesso, mas o brilho da obra como um todo não foi ofuscado.


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