O Dia de Julio é uma graphic novel com uma premissa interessantíssima: nos contar a história de Julio, um homem que viveu 100 anos! E Julio morre. Mas, calma! Não é spoiler. A gente já começa sabendo que ele morre e esse conhecimento em nada interfere na história, afinal, ela não é sobre isso. O Dia de Julio vai muito além...
Comecei a leitura achando que veria a vida de um homem que viveu 100 anos, mas me deparei com o contrário: o que 100 anos fazem na vida de um homem? Acompanhei não somente Julio, mas toda a sua família e parte das gerações que foram surgindo. E como foi fantástico ver a magia do tempo acontecendo... Cenários foram mudando, posicionamentos foram se diferenciando, pessoas foram de despedindo e questionamentos sobre tabus (como sexualidade, por exemplo) foram tomando força e marcando presença. Tudo isso em apenas 100 páginas que resumiram os 100 anos de forma sucinta, crível e inteligente.
O Dia de Julio entrou para a minha lista de Uma das melhores graphic novels que eu já li, não só pela sutileza, mas também pelo conhecimento que absorvi. Outro ponto positivo é a arte que me lembrou bastante a literatura de cordel (muito marcante aqui no Nordeste) tanto devido a ambientação da narrativa que é predominante no interior quanto pelos traços fortes em preto e branco.
Eu recomendo a leitura desse quadrinho para todo mundo! Aqui, Gilbert Hernandez termina a história do mesmo jeito que começa. E é na solidão de Julio que é possível perceber que sozinhos nascemos, e sozinhos morreremos. Independentemente do que fomos, do que fizemos e de onde viemos.
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