Eu finalmente li O Exorcista, de William Peter Blatty

E eu que — finalmente né minha filha? — li “O Exorcista” mas ainda não tive coragem de assistir ao filme todo? Sinto muito confessar, mas a cabeça daquela menina girando 360° graus me dá um arrepio tão grande que gela até a minha alma. Que tipo de mulher trevosa eu sou?

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Quando a Harper Collins entrou em contato comigo para me enviar um exemplar de “O Exorcista” eu pensei “agora eu leio ou eu não me chamo Jessica!”. Pois bem, eu li. E adorei. Daí pensei “agora eu assisto ao filme ou não me chamo Jessica Ferreira!” e agora vocês já podem me chamar de Larissa dos Santos.

Brincadeiras à parte, ler “O Exorcista” foi uma experiência muito agradável, reflexiva e — para a surpresa de muitos, inclusive a minha — tranquila. O livro de William Peter Blatty narra a possessão demoníaca de Regan MacNeil, uma criancinha de 11 anos de idade.

Dividido em quatro partes, o livro nos conduz por uma narrativa bem fluida e linear. Todavia, quando os sintomas da possessão começam a aparecer e são facilmente confundidos com distúrbios de personalidade em que os remédios não fazem efeito, a narrativa acelera como uma montanha-russa que só sobe e nos deixa tensos, agoniados e sedentos por uma solução.

"Regan guinchando e grunhindo como um porco, relinchando como um cavalo, e a cena ganhando velocidade com a cama chacoalhando e batendo de um lado para o outro enquanto os olhos da menina se reviravam nas órbitas e ela soltava um berro cru e sangrento vindo da base da espinha."

O Exorcista não é um clássico à toa e agora eu finalmente sei o porquê: os questionamentos sobre “é possessão ou um distúrbio?”, a identificação — a depender da crença do leitor — com os personagens e, principalmente, a narrativa que de tão visual chega a ser quase palpável. Para fãs de terror e curiosos, eu recomendo.