Refugiados: A Última Fronteira, de Kate Evans


A gente nunca entende a guerra. Nem a fome, nem o medo de não acordar. A gente nunca entende realmente o que é perder tudo, a menos que aconteça com a gente.

Para isso, existem os livros, os quadrinhos, os filmes, os documentários e as outras diversas formas de arte que nos aproximam de realidades que não são a nossa, e que por não serem, não entendemos, por vezes julgamos, esquecemos. E essa aproximação através da arte é o abrir dos olhos, é o ponto chave pra o caminho da empatia.

REFUGIADOS - A ÚLTIMA FRONTEIRA é um trabalho premiado da cartunista, artista, ativista e escritora Kate Evans, sobre o tempo que ela passou entre os migrantes, principalmente do Oriente Médio e da África, na cidade francesa de Calais.

Também chamado de Selva, devido às péssimas condições de sobrevivência, o lugar de abrigo aos migrantes era cercado por ratos, com lixo por toda parte e nenhuma segurança. O retrato feito por Kate Evans é real, cru, chocante, incômodo, triste e comovente. Em desenhos coloridos, às vezes também sombrios, acompanhamos a história de pessoas reais e o sufoco que passaram buscando um lugar ao sol. Acompanhar os depoimentos no quadrinho já não foi fácil, e eu nem consigo imaginar quão difícil foi para a Kate Evans estar lá, vendo tudo com os próprios olhos.

Posso afirmar pra vocês que REFUGIADOS - A ÚLTIMA FRONTEIRA foi uma leitura transformadora. Uma lição de empatia, uma abertura dos meus olhos para outra realidade e um soco no estômago necessário. Se vocês tiverem a oportunidade, não deixem que esse quadrinho passe batido. As pessoas têm muito a dizer. Todos têm muita coisa pra dizer.



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