Resenha: Deuses Americanos em quadrinhos


Baseado no romance Deuses Americanos de Neil Gaiman, a HQ recentemente publicada pela Intrínseca enche os olhos de qualquer leitor de quadrinhos. Além do fato de Neil Gaiman ser um nome de peso na literatura, a arte, as cores e os traços de P. Craig Russell e Scott Hampton encantam e despertam curiosidade.

Neste primeiro volume, SOMBRAS, somos apresentados a Shadow Moon que está saindo da prisão disposto a recomeçar a vida ao lado da esposa. Otimista, ele não fazia ideia do caos que encontraria pela frente. Sua esposa morre em um acidente de carro e a proposta de emprego em que ele tanto confiava já não está mais disponível. Desolado e sem entender os próprios sentimentos, Shadow encontra um homem misterioso chamado Wednesday (Quarta-Feira traduzido para o português) que rapidamente lhe faz uma oferta de trabalho. Mas Wednesday esconde alguns segredos e desde o primeiro encontro Shadow sabe que há algo estranho com o amigável rapaz.


Sem ter mais nada a perder, Shadow aceita a proposta e eles partem numa road trip pelo país. Sabe aquela famosa frase de Shakeaspeare "Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia"? É bem por aí que a história vai se desenrolando.

Deuses Americanos foi uma leitura que me deixou "em cima do muro", pois não sei dizer se gostei ou não. Ao mesmo tempo que esperava uma história mais fluida pelo formato de quadrinhos, gostei da profundidade da narrativa. Entretanto, confesso que não consegui assimilar algumas coisas e atribuo isso ao fato de que não li a obra original, em romance. A densidade da HQ me incomodou um pouco, em contrapartida adorei a abordagem dos deuses vivendo entre nós, como se fossem humanos comuns, tentando se adaptar e resolver seus próprios problemas. A mitologia, pra mim, foi o ponto forte. Cada história, cada deus (velho ou novo) que ia aparecendo despertava a minha curiosidade, e durante a leitura percebi que todos eles foram, de certa forma, humanizados. Acredito, então, que essa seja a mensagem da obra (ou uma das): trazer os deuses para perto de nós, mostrar como somos influenciados por eles.



Quanto à arte, aos traços e as cores eu só tenho elogios a fazer. É perceptível os diferentes estilos dos ilustradores e eu me apaixonei por todos eles. No finalzinho, lá nas últimas páginas tem um conteúdo extra que ajuda a entender um pouco do processo de criação dos desenhos. Vale a pena conferir! Para fãs desse universo, acredito fortemente que a HQ é um prato cheio! Mas essa foi a minha segunda experiência com o autor e chego a pensar que, talvez, infelizmente eu não seja uma leitora de Neil Gaiman.

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