Da telona para os livros: O Labirinto do Fauno 💙

A primeira vez que eu assisti O Labirinto do Fauno eu chorei todas as lágrimas possíveis e passei horas com a melodia sussurrando na minha cabeça. Naquele momento eu percebi que a história ficaria marcada em mim para sempre.

"São poucos e raros os que sabem para onde olhar e escutar. Mas assim como nas melhores histórias, são esses que fazem a diferença."

Inspirada no filme de Guillermo Del Toro, a escritora de Coração de Tinta, Cornelia Funke recontou a história da menina Ofélia que muda-se com a sua mãe para um moinho na Espanha franquista, onde o padrasto abriga soldados. Diante das dificuldades de viver no regime fascista, Ofélia busca uma maneira de dar cor à sua vida e ao explorar as redondezas descobre um labirinto repleto de criaturas mágicas.

“Raramente o mal se mostra de imediato. A princípio, é pouco mais que um sussurro. Um olhar. Uma traição. Mas logo cresce e cria raízes, mesmo que imperceptível, despercebido. Só os contos de fada dão uma forma adequada ao mal."

Uma dessas criaturas é o famoso Fauno, e é ele quem conta a Ofélia que ela é a reencarnação da princesa Moana, mas que antes de tudo, ela precisa provar que é digna. Três provas. Será que Ofélia conseguirá?

“Sua mãe dizia que os contos de fadas não tinham nenhuma relação com o mundo real, mas Ofélia sabia que tinham. Os contos haviam lhe ensinado tudo sobre o mundo.”

Revisitar a história depois de tanto tempo desde a primeira vez e de uma forma totalmente diferente, foi mágico! A leitura foi como o abraço apertado  de um velho amigo. Foi terno, caloroso e nostálgico. Mais do que uma história de entretenimento, O Labirinto de Fauno proporciona reflexão, conhecimento, empatia e — principalmente — nos alerta sobre a responsabilidade que devemos ter com a terra que nos abriga, nos acolhe e nos sustenta.

"Os mortais não entendem que a vida não é um livro que você fecha só depois de ler a última página. Não existe última página no Livro da Vida, pois a última é sempre a primeira página de outra história".

Eu recomendo mil vezes tanto o livro quanto o filme. O Labirinto do Fauno é uma das melhores histórias que eu tive o prazer de conhecer. É impossível não ficar com a melodia na cabeça... É impossível terminar sem se sentir transformado...

É impossível querer sair do Labirinto.