O livro começou confuso. Muitos personagens, ambientação descritiva e muitos pensamentos tão complexos quanto suas personas. Anotar num caderninho quem era quem facilitou bastante minha compreensão da leitura. De um lado, temos Roger, um homem peculiar (à la Norman Bates, mas nem tanto) que criou uma espécie de miniaturizador: um aparelho capaz de diminuir a poucos centímetros qualquer coisa (e qualquer pessoa). Do outro lado, Dolly: uma mulher inescrupulosa, manipuladora e fanática por casa de bonecas e miniaturas. O que poderia dar errado (ou muito certo, depende do ponto de vista) se Dolly e Roger se encontrassem?
Tabitha escreveu uma história capaz de transmitir os sentimentos mais desesperadores entre leitor e personagens. Trazendo à tona os extremos do ser humano, Pequenas Realidades torna-se marcante justamente pelos personagens que, mesmo com pouco carisma, nos atiçam a ler até o final: não necessariamente para sabermos o desfecho em si, mas para termos certeza de que nossos olhos estão mesmo lendo tamanha crueldade. Eu gostei de Dolly Douglas e da construção dela como um todo: desde os curtos flashes de uma juventude infeliz até o ápice de sua maldade. Dolly é o tipo de vilã que a gente adora odiar e graças a ela o livro todo me ganhou.
Uma última consideração: o final é estarrecedor. Deixo aqui a indicação de duas músicas que remetem muito à casa de bonecas, principalmente aos seus moradores:
🎶 Dollhouse - Melanie Martinez (vídeo aqui)
🎶 Living Dead - Marina and The Diamonds (ouça aqui)
📖 Pequenas Realidades foi a primeira leitura da #LCDarkCrush organizada por mim em parceria com a DarkSide Books.
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