Resenha: A Essência do Mal, de Luca D'Andrea


Na contracapa, A Essência do Mal foi comparado às histórias do Stephen King, o que  sem dúvidas  elevou minhas expectativas e de fato concluí que chega a lembrar a escrita do Mestre do Terror em alguns aspectos: diálogos longos, muitos detalhes, personagens bem desenvolvidos e uma atmosfera sombria como pano de fundo. No entanto, ficou faltando algo. Alguma coisa que eu ainda não sei explicar...

"Na guerra se mata. Caçando se mata. Matar é humano, mesmo que não se admita, e é justo que se busque impedir isso o máximo possível. Mas o que foi feito com aqueles três pobres garotos no Bletterbach em 1985 não era matar. Foi um massacre que de humano tinha bem pouco. Deus estava olhando para outro lado, naquele 28 de abril."

Jeremiah viaja com a família para uma região montanhosa no norte da Itália onde decide participar de um documentário, mas um infeliz acidente tira a vida de toda a equipe, sendo Jeremiah o único sobrevivente. Tempos mais tarde, ele retorna ao local e descobre que um terrível assassinato aconteceu ali. Curioso e ávido por respostas, ele poderá cavar um buraco fundo demais para conseguir sair.

"É sempre assim. No gelo, primeiro se ouve a voz da Besta, depois se morre. Blocos de gelo e abismos idênticos àquele em que eu me encontrava estavam cheios de alpinistas e escaladores que tinham perdido as forças, a razão e por fim a vida por culpa daquela voz."

A Essência do Mal tem uma premissa muito instigante e o que mais gostei na trama foi a insinuação de que havia algo maligno nas montanhas, uma figura conhecida como A Besta. Todo o mistério por trás disso me fisgou até certo ponto, depois comecei a achar fantasioso demais... A ambientação do livro é boa, a descrição faz a gente se imaginar nos locais e os personagens são bem construídos. No entanto, a trama se desenvolve de forma linear e lenta, o que me incomodou várias vezes durante a leitura. Se esse for o seu estilo de thriller com uma pegada mais introspectiva e narrativa linear, vai fundo que eu recomendo. Se não for, talvez esse livro não seja pra você assim como não foi pra mim.

Postar um comentário

0 Comentários