Resenha: A mulher na janela, um thriller de A. J. Finn


“Não é paranoia se está realmente acontecendo.”

Anna Fox é uma psicóloga infantil que depois de um trauma desenvolveu agorafobia, não consegue sair de casa, vive sob o efeito de remédios e somente a TV e o vinho a fazem companhia. Fora assistir aos clássicos do cinema antigo, ela também tem o hobbie de espiar a vizinhança pela janela. Com a câmera ligada é entre um zoom e outro que ela fica sabendo de altos segredos familiares. Mas, para a surpresa de Anna, eis que um dia ela testemunha um assassinato na casa do vizinho. Desesperada, ela contata o filho do casal mas não tem sucesso. Sua única opção é ligar para a polícia.

Acontece que quando a polícia chega, a história toda parece ter saído da cabeça de uma bêbada com distúrbios mentais e nada faz sentido. Quem ela viu ser assassinada alega estar viva, mas é outra pessoa. O que Anna viu faz sentido?

“Uma doida aos olhos dos vizinhos. Uma piada aos olhos da polícia. Um caso especial aos olhos dos médicos. Um caso perdido aos olhos do terapeuta. Uma encarcerada. Longe de ser uma heroína de cinema. Longe de ser uma detetive. Encarcerada em casa. Afastada da vida.”

A Mulher na Janela foi uma leitura que, apesar de ter demorado para engatar, me agradou. Gostei dos elementos clássicos do suspense que o autor abordou, principalmente quando colocava algo na história que fazia referência ao filme que Anna assistia na TV, e gostei também da abordagem dos transtornos mentais. Entretanto...

O livro do A J Finn é um clichê que segue a mesma linha de outras obras como A Garota no Trem da Paula Hawkins e O Casal que Mora ao Lado de Shari Lapena. Todas essas obras têm em comum uma protagonista "problemática" que passa toda a história não sendo confiável, tornando os fatos cada vez mais duvidosos. Mas é como eu disse ali em cima, eu gostei, embora achasse que poderia ser um pouquinho melhor.

“Sinto o lado de fora tentando entrar... O mundo externo inflando na rua, flexionando os músculos, arranhando a madeira da porta. Posso ouvir sua respiração, o vapor que ele sopra pelas narinas, o ranger dos dentes. Um monstro prestes a me atropelar, a me rasgar e duas, a me devorar.”

Achei o final surpreendente, pois segue uma linha parecida com os filmes do Hitchcock. Então se você procura um livro de suspense atual com uma pitada dos clássicos antigos, vai fundo. Eu recomendo A Mulher na Janela.!

"Foi nisso que me transformei. É isso que sou agora. Não fosse pelas drogas, eu gritaria até estilhaçar o vidro das janelas."

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