Antes de me aventurar na leitura desse livro, eu já tinha o conhecimento prévio que vou passar para vocês agora: o que importa não é o desfecho, mas sim a jornada. A longa viagem a um pequeno planeta hostil não é sobre chegar a algum lugar. É sobre o que acontece no caminho. A sensibilidade da história e os personagens tão bem construídos me levaram para dentro das páginas e fizeram com que eu me sentisse em casa, na casa deles. Na nave Andarilha, eu era uma tripulante também. 🚀
O livro é um marco no universo da ficção científica. Lançado originalmente através de financiamento coletivo, ele conquistou a crítica especializada e os mais exigentes fãs do gênero, sendo indicado para prêmios como o Arthur C. Clarke Award e o Hugo Award.
A história gira em torno da construção de um túnel espacial que permitirá ao planeta participar de uma aliança galáctica. Mas o que realmente torna esse romance futurístico tão único e divertido são seus personagens repletos de nuances, camadas e profundidade.
"Criamos túneis através da subcamada para pular entre sistemas estelares. Escapamos da gravidade planetária com a mesma facilidade com qual caminhamos pela porta da frente. Porém, quando se trata de evolução, não passamos de uma ninhada recém-saída do ovo, tateando por aí com os nossos brinquedos. Acredito que é por isso que muitos dos meus colegas ainda adotam teorias sobre materiais genéticos espalhados por asteroides e supernovas. De certa forma, a ideia de um estoque compartilhado de genes que flutuam através da galáxia é muito mais fácil de aceitar do que a noção assustadora de que talvez nenhum de nós tenha a capacidade intelectual de entender como a vida de fato funciona."
"Acho que, em geral, as pessoas decidem passar por uma cirurgia antienvelhecimento porque têm baixa autoestima e sentem que não são boas o suficiente com sua aparência atual. Só que tudo que fiz com meu corpo foi por amor. É sério. As tatuagens são uma recordação de vários lugares e lembranças específicas, mas, no fundo, tudo o que fiz foi o meu jeito de dizer que este é o MEU corpo. Que não quero o corpo que todos me diziam que eu deveria ter (...) Nem fodendo. Se vou mudar o meu corpo, as mudanças têm que vir de mim."
Eu quis tanto, mas tanto, estar junto dos personagens. De todos eles. Sem exceção. Cada descoberta que eu fazia sobre as peculiaridades de cada espécie me deixava mais e mais encantada. E foi aí que eu cheguei à conclusão de que a mensagem do livro, pelo menos ao meu ver, é de que somos todos lindos, únicos, incríveis, interessantes e especiais. São as nossas diferenças que – de tão lindas – deveriam nos unir, embora, infelizmente, a gente saiba que acontece o contrário.
É que nós somos bobos. Tão inteligentes e... bobos. Bastava um tempo em Andarilha ou um tempo fora da bolha para entender que não há graça nenhuma em ser igual e em seguir padrões. A magia acontece quando tudo se mistura. E é essa junção que nos faz brilhar como estrelas. Eu indico a leitura de A longa viagem a um pequeno planeta hostil pra todo mundo. Não importa se você gosta de ficção científica ou não, vai por mim. Esse livro que vai além de definições literárias. Ele é sentimento puro.
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