Resenha | Serafina e a Capa Preta, de Robert Beatty


Serafina e a Capa Preta foi uma leitura bem levinha e gostosa que me levou de volta à infância por alguns momentos. Com um clima bem parecido às histórias do "velho do saco" que minha vó contava toda vez que eu dava trabalho pra dormir, Serafina me guiou por uma aventura sombria e mágica pelos corredores de Biltmore.

Nossa protagonista é um garotinha com características físicas bem peculiares e de sentidos aguçados. Ela mora escondida com o pai no porão da Mansão Biltmore e sente-se feliz e realizada com o título de C.O.R. (Caçadora Oficial de Ratos). Mas ela não pode ser vista, tampouco pode ir à floresta, por isso ela troca o dia pela noite e aproveita a solidão e o silêncio de quando todos estão dormindo para caçar os ratos da mansão. E é em um dessas caças que ela jura ver uma sombra maligna na forma de um homem com uma capa preta cobrir uma criancinha e desaparecer com ela. Serafina, então, decide fazer alguma coisa.

Se seu pai não lhe dá ouvidos... Bem, Serafina desobedece a regra de não poder ser vista e dá as caras justo quando o casal Vanderbilt - os donos da mansão - fazem uma busca pela menina que sumiu. Além disso, ela arranja um parceiro de investigação/aventura, Braedan, o sobrindo orfão dos Vanderbilt. Ora, ora, temos dois Xeroque Rolmes aqui! Mais do que isso, além do mistério do homem da capa preta, nós vamos desvendando os segredos que rondam a vida de Serafina e, pra mim, essa foi a parte mais legal de todo o livro.
“Às vezes, mas só às vezes, desejava não apenas ouvir as pessoas ao redor em segredo, mas também falar com elas. Não apenas vê-las, mas também ser vista.”
Serafina é uma menina inteligente, sagaz e muito corajosa! A maneira como ela cresce na história é tão bonita de acompanhar! Por suas características físicas serem bem peculiares e diferentes do que é tido como "normal", algumas vezes ela se sentia inferior, deslocada, estranha... O medo de assustar as pessoas e não ser aceita estava sempre presente, mas descobrir quem ela era e o que isso significava fez toda a diferença. A mensagem que fica (principalmente para as crianças, já que se trata de um livro infanto-juvenil) é que a beleza reside naquilo que somos, a força está no que fazemos com o coração, a inteligência está em reconhecer nossos limites e a coragem está na ousadia de ser quem realmente somos.
"Nosso caráter não é definido pelas batalhas que vencemos ou perdemos, mas sim pelas batalhas que ousamos lutar."
Serafina e a Capa Preta é uma história fofa temperada com descrições sombrias e levemente assustadoras aqui e acolá. Parece um conto de fadas da atualidade e consigo visualizar - claramente - todo esse universo num filme do Tim Burton à la "Coraline e O Mundo Secreto".


NOTA: 3,5/5 | SKOOB | COMPRE AQUI

Sinopse: Serafina nunca teve motivos para desobedecer ao seu pai e se aventurar além da Mansão Biltmore. Há espaço de sobra para ser explorado naquela casa imensa, embora ela precise tomar cuidado para jamais ser vista. Nenhum dos ricaços lá de cima sabe da existência de Serafina; ela e o pai, o responsável pela manutenção das máquinas, moram secretamente no porão desde que a garota se entende por gente. Mas quando as crianças da propriedade começam a desaparecer, somente Serafina sabe quem é o culpado: um homem aterrorizante, vestido com uma capa preta, que espreita pelos corredores de Biltmore à noite. Após ela própria ter conseguido – depois de uma incrível disputa de habilidades – escapar do vilão, Serafina arriscará tudo ao unir forças com Braeden Vanderbilt, o jovem sobrinho dos donos de Biltmore. Braeden e Serafina deverão descobrir a verdadeira identidade do Homem da Capa Preta antes que todas as crianças... A busca de Serafina a levará ao interior da mesma floresta que tanto aprendeu a temer. Lá, descobrirá um esquecido legado de magia, que tem relação com a sua própria origem. Para salvar as crianças, Serafina deverá procurar as respostas que solucionarão o quebra-cabeça do seu passado.

Postar um comentário

0 Comentários