O mistério em torno de Dora, um quadrinho de Bianca Pinheiro


Dora, de Bianca Pinheiro, foi um quadrinho que eu sempre tive muito interesse. Desde quando eu ainda não trabalhava e nem tinha dinheiro para comprar meus livros, eu já namorava Dora toda vez que o via nas redes sociais. A primeira edição do quadrinho surgiu de forma independente, mas agora a obra faz parte do catálogo da Editora Mino.

Mas do que é que trata Dora, afinal? A história já começa tensa, ambientada numa sala de interrogatório. O policial questiona a mãe de Dora a respeito de 15 assassinatos que aconteceram ao longo dos anos e que estão ligados, de alguma forma, à garota Dora. Em negação, a mulher vai contando sua versão dos fatos e vamos acompanhando a história através de flashbacks desde o nascimento de Dora até o momento atual. Seria Dora a culpada de todas essas mortes? E se sim, por quê?

“Minha senhora, sua filha matou 15 pessoas. Perdão. Ela é acusada de matar 15 pessoas.”

Com uma pegada que lembra Menina Má, de William March, e elementos sobrenaturais que conversam com Carrie, a Estranha, de Stephen King, Dora é um quadrinho que prende a atenção pelo mistério e pela empatia que somos instigados a ter pela garota, como quando você ouve o discurso do vilão e percebe que, no fundo, ele faz sentido. A humanização dos personagens, principalmente da mãe que, em desespero, tenta provar a inocência da filha, é uma característica muito marcante do quadrinho.

Dora, sem sombra de dúvidas, é uma leitura muito válida. Os traços são expressivos, os personagens e os diálogos convencem, a capa é belíssima e, quando acabou, eu fiquei querendo mais!


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