A nostalgia dos parques de diversão ❤ Livros que mudaram a minha vida #2


A minha avó sempre dizia "fique comportada que mais tarde a gente vai ao parque". Ela não deixava em andar na roda gigante pois sabia que eu morria de medo de altura, então lá de baixo ela ficava ao meu lado enquanto eu admirava aquela coisa grande e luminosa. "Será que existe algum brinquedo que vai até o céu, vó?", eu não me lembro de ter feito essa pergunta mas ela afirma que fiz.

Meus brinquedos favoritos eram o carrossel e o pula-pula, foi nesse último, inclusive, entre um pulo e outro, que vomitei pela primeira vez num parque de diversões. Quem nunca? Minha avó sempre dizia para eu não comer nada antes de irmos, mas eu sempre enchia a mão de bolachas de goma e engolia tudo rápido antes que ela me flagrasse. Depois desse dia, as bolachas mudaram de lugar e foram parar no armário mais alto da cozinha.

Minha avó não me criou com muita rigidez, mas não era não e eu tinha que respeitar. Uma vez (disso eu me lembro bem) voltei do parque chorando por não poder andar na roda gigante. Apesar do medo, eu queria experimentar, mas minha avó não confiava que eu fosse sozinha na cadeira, menos ainda com alguém desconhecido. Ela não andava nos brinquedos. No dia seguinte, fui ao parque com minha tia e brinquei na roda gigante pela primeira vez. Eu suava, minhas mãos pingavam de nervosismo, mas meu rosto inteiro sorria porque aquilo era a realização de um sonho... a superação de um medo. Depois de descer tomamos sorvete de morango na casquinha, ganhei algodão doce e comi uma batata frita (com aparência de requentada) que, segundo minha avó, me deu dor de barriga.

Ah, como eu amo essas lembranças! Eu só tive momentos felizes nos parques de diversão e ler Joyland foi o mesmo que reviver todos eles. Revivi cada sorriso, senti outra vez o cheiro da pipoca e ouvi novamente a voz da minha avó perguntando "você vai em qual brinquedo agora?". Joyland é um livro que eu vou guardar para sempre no meu coração. Eu encontrei minha Alma de Parque. Não há nada mais gostoso do que sentir saudade.

"Só posso dizer o que você já sabe: alguns dias são preciosos. Não muitos, mas acho que em quase toda vida há alguns. Aquele foi um dos meus, e, quando estou triste, quando a vida me dá uma rasteira e tudo parece ruim e sem graça, como a Joyland Avenue em um dia chuvoso, eu volto a ele, ao menos para lembrar a mim mesmo que a vida nem sempre arranca nosso couro. Às vezes ela oferece verdadeiros prêmios. Às vezes, são preciosos.” (pág. 185)

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Beijo e até a próxima!

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