Resenha: Joyland, de Stephen King


Você provavelmente já foi num parque de diversões. Já andou num carrossel, numa roda gigante, numa montanha russa... Você provavelmente deve ainda lembrar de algo que comeu por lá, um algodão doce, um cachorro-quente... E se você fechar os olhos e manter a concentração, é capaz de sentir o cheiro da pipoca que vinha num saquinho transbordando manteiga.

Agora, você já parou pra pensar em como vivem as pessoas que trabalham nesses parques e vendem diversão? Você já olhou no rosto deles alguma vez? É justamente disso que Joyland fala: sobre as pessoas que trabalham em Joyland – um parque que vende diversão em 1973.

"Vocês receberam um presente valiosíssimo este verão: estão aqui para vender diversão. Em trocas dos dólares suados dos clientes, vão distribuir felicidade. Crianças vão voltar para casa e sonhar com o que viram e fizeram aqui. Espero que se lembrem disso quando o trabalho estiver pesado, como vai ficar mesmo, às vezes, ou quando as pessoas forem grosseiras, como serão com frequência, ou quando vocês sentirem que seu trabalho duro não foi valorizado."


Mas não estaríamos falando de um livro escrito pelo King se não houvesse algo a mais. Há um mistério rondando Joyland: uma jovem foi brutalmente assassinada no trem fantasma e o caso segue sem solução. Algumas pessoas afirmam terem visto o fantasma da garota no brinquedo, e se isso for verdade, o que será que ela quer?

"Este é um mundo muito conturbado, cheio de guerras, crueldade e tragédias sem sentido. Cada ser humano que o habita recebe sua porção de infelicidade e noites insones. Aqueles de vocês que ainda não passaram por isso, passarão um dia."

Paralelo a isso, o universitário Devin Jones aproveita o verão trabalhando temporariamente em Joyland e seu destino se cruza com o fantasma do trem da forma mais inesperada possível. Com personagens bem construídos e cativantes à sua maneira, a história segue em linha reta na maior parte do tempo e começa a alavancar somente nos capítulos finais. O foco principal não é no assassinato e no espírito que assombra o trem fantasma. Joyland é mais profundo, é sobre um passado marcante,  sobre pessoas queridas, experiências inesquecíveis e momentos que não voltam mais. Num misto de luzes e escuridão, Joyland é um livro que surpreende e aquece o coração. É um abraço apertado numa noite quente de verão.

"Nós não vendemos mobília. Não vendemos carros. Não vendemos terrenos, nem casas, nem fundos de aposentadoria. Não temos interesse político. Nós vendemos diversão. Nunca se esqueçam disso."

Stephen King merece aplausos! Através de sua escrita incomparável eu estive em Joyland e Joyland ficou em mim. Foi engraçado, nostálgico, emocionante e arrebatador. Foi como se eu tivesse visitado o parque de diversões que sempre ficava ao lado da casa de meus avós quando eu era criança. Foi como reviver tudo outra vez, mas como adulta agora. Foi inesquecível. Eu recomendo Joyland. Do fundo do meu coração, eu recomendo muito esse livro!

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Beijo e até a próxima!

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